A cidade era como um vilarejo: tinha várias casinhas que mais pareciam cabanas, e lá os muros não eram bem-vindos.
Era gostoso de ver tudo aquilo ali acontecendo bem pertinho, e da gente acontecer junto com eles também.
De noite ficava assim, recheado de luzinhas nos arredores, onde dava pra ver as pessoas vivendo dentro dalí, pelas janelas de suas sacadas, que estavam cheias de trecos pendurados e de gente pendurada nas redes.
Dava uma sensação boa de comunhão, uma não-solidão que a gente, que vive pra dentro dos muros, desconhece.
Era como se dissessem "tá tudo bem, tem gente aqui também".
Punta del Diablo, Uruguai